Como funciona!

Nesta série de vídeos, você descobrirá como a Rede Alimentar do Solo funciona, em harmonia com as plantas, para produzir uma série de benefícios, incluindo:

E mais…

Este é o processo pelo qual os microrganismos benéficos colhem nutrientes da matéria orgânica do solo e também do “material original”. Rochas, seixos, partículas de areia, sedimentos e argilas são todos considerados “material original”. A nível molecular, eles compreendem estruturas cristalinas que não são facilmente quebradas. Essas estruturas contêm átomos de ferro, boro, fósforo, cálcio, potássio etc. As plantas não são capazes de acessar diretamente os nutrientes dessas estruturas.

Bactérias e fungos, entretanto, produzem enzimas que decompõem essas estruturas, liberando os nutrientes que elas contêm. As bactérias e fungos absorvem prontamente esses nutrientes, que mais tarde são disponibilizados para as raízes das plantas ao serem consumidos por predadores bacterianos e fúngicos. Posteriormente estes predadores excretam seus resíduos que são absorvidos pelas plantas – uma fonte alimentar líquida, densa em nutrientes, que pode ser absorvida diretamente pela raiz da planta.

As plantas produzem açúcares simples no processo de fotossíntese. Elas injetam cerca de 30-40% desses açúcares junto com outros compostos que elas produzem (conhecidos como exsudatos), no solo. Esta é uma ação deliberada, realizada para alimentar bactérias e fungos cujos números aumentam como resultado. A planta está efetivamente fazendo um investimento nesses microrganismos. Assim que as bactérias e fungos começam a coletar nutrientes, minerando o material original e decompondo a matéria orgânica, a planta receberá o retorno de seu investimento – desde que os organismos predadores estejam presentes. Este é um fator crítico, que destaca a necessidade de toda a Teia Alimentar do Solo estar presente. A Dra. Ingham e seus colegas demonstraram claramente que o Ciclo de Nutrientes não pode ocorrer sem que o decompositor e os predadores estejam presentes. Além disso, esses grupos devem ser equilibrados proporcionalmente entre si e às necessidades das espécies de plantas que estão sendo cultivadas.

Bactérias benéficas produzem colas que facilitam a formação de microagregados – pequenos aglomerados de bactérias, matéria orgânica e partículas de solo (areia, silte e argila). As hifas fúngicas ligam esses microagregados formando aglomerados maiores, conhecidos como macroagregados. À medida que mais materiais são unidos, vazios são criados e a estrutura é formada.

Resistência à erosão do solo pelo vento: Um solo bem estruturado tem maior resistência à erosão pelo vento do que um solo desértico não estruturado, que é facilmente levado.

Resistência à erosão do solo pela água:Um solo bem estruturado permite que o excesso de água flua através dele. Em um solo compactado, no entanto, o alagamento ocorre acima da camada de compactação e, se houver uma inclinação, o solo saturado pode se mover e muitas vezes é arrastado para os rios e oceanos. Microrganismos benéficos são capazes de desconstruir as camadas de compactação existentes e evitar a formação de novas

Requisitos de irrigação reduzidos: um solo bem estruturado, com alto teor de matéria orgânica, atua como uma esponja retendo água por longos períodos de tempo. Isso, juntamente com o fato de que as raízes das plantas são capazes de penetrar muito mais fundo em um solo estruturado, significa que as necessidades de irrigação podem ser reduzidas à metade no primeiro ano (em alguns casos), quando a teia alimentar do solo é restaurada com sucesso. Este é o caso em solos arenosos onde a capacidade de retenção de água é geralmente muito baixa. Em solos argilosos, o alagamento é muito comum. Isso se deve ao fato de que as partículas de argila, ou plaquetas, são planas e freqüentemente se acumulam, resultando em camadas de compactação. Com a presença da Rede Alimentar do Solo, ocorre o processo de floculação, que resulta na repulsão das partículas de argila, possibilitando a quebra das camadas de compactação e a formação de estrutura.

A presença de fungos benéficos no solo demonstrou inibir significativamente o crescimento de ervas daninhas. Isso ocorre porque os fungos benéficos secretam enzimas ácidas que reduzem o pH do solo. Os níveis reduzidos de pH inibem a capacidade das bactérias nitrificantes de transformar a amônia em nitratos, uma segunda forma de nitrogênio vital para o florescimento das ervas daninhas.

A grande maioria dos microrganismos que causam doenças são anaeróbios, o que significa que eles prosperam em condições de baixo oxigênio e são inibidos em ambientes ricos em oxigênio. O oposto é verdadeiro para microrganismos benéficos. Um solo bem estruturado permite que o ar entre, criando ambiente rico em oxigênio (> 6 ppm) o que favorece microorganismos benéficos e suprime organismos causadores de doenças.

Com a Teia Alimentar do Solo implementada a planta é rica em nutrientes e, portanto, mais capaz de se proteger, enquanto as doenças são inibidas pelas condições existentes no solo.

As populações de insetos do mundo estão diminuindo. Um estudo recente determinou que eles têm diminuído em aproximadamente 2,5% ao ano nos últimos 30 anos. Acredita-se que as principais causas sejam a agricultura química e as mudanças climáticas. Os pesticidas matam indiscriminadamente e acredita-se que estejam relacionados à recente redução nas populações de abelhas. Pássaros e pequenos animais que se alimentam de insetos também estão ameaçados. Um estudo recente mostrou que as populações de pássaros na França diminuíram 30% nos últimos 15 anos. Ao cancelar o uso de pesticidas e outros produtos químicos tóxicos, como herbicidas, a Rede Alimentar do Solo pode ser empregada para mitigar a ameaça de colapso ecológico.

As mudanças climáticas representam uma ameaça existencial para a humanidade. O sequestro de carbono do solo está sendo amplamente reconhecido como parte da solução para esse problema. Funciona assim: as plantas absorvem carbono da atmosfera durante a fotossíntese, produzindo açúcares simples e outros compostos relacionados. As plantas investem uma proporção significativa (~ 40%) desses compostos ricos em carbono (exsudados) no solo, a fim de alimentar grupos específicos de microrganismos, notadamente bactérias e fungos. Elas fazem isso porque esperam receber nutrientes em troca (conforme explicado acima).

Bactérias e fungos usam essa fonte de alimento rica em carbono para aumentar seus números, constituindo seus corpos predominantemente de carbono. As hifas fúngicas podem permanecer intactas no solo por centenas de anos e, portanto, são capazes de reter grandes quantidades de carbono no mesmo. Alguns cientistas conseguiram aumentar o carbono do solo em até 20 toneladas métricas por hectare, por ano. Foi estimado que regenerando os solos do mundo utilizando a Teia Alimentar do Solo, podemos levar os níveis de carbono atmosférico de volta ao ‘nível seguro’, conforme definido pelo IPCC das Nações Unidas – 350 ppm, e que isso poderia ser alcançado em 15 anos ou menos!